Também conhecida como Lábio leporino, é uma deformidade congênita de face comum no Brasil. É caracterizada por uma ou mais aberturas e descontinuidades das estruturas do lábio e/ou palato (céu da boca).
Essa condição acontece por uma malformação durante o desenvolvimento do bebê que causa notáveis alterações na face, fala e pode até mesmo prejudicar o período de amamentação da criança.
Essa malformação pode estar localizada e ter tamanhos variáveis. E como dissemos, é comum no país, já que casos de fissuras na face tem incidência de 1 bebê com lábio leporino para 650 nascimentos no Brasil.
Mas afinal, quais as causas dessa deformidade? Muitos se questionam se é uma condição genética e se não, quais os possíveis motivos para essa malformação. Por ser um assunto complexo, exige uma explicação completa sobre todos os aspectos dessa deformidade congênita.
Então, veja detalhadamente o que é lábio leporino, o que acontece na formação do bebê para que essa condição exista, as possíveis causas, diagnóstico e tratamentos. Assim, terá um conhecimento mais amplo sobre o assunto.
O que é lábio leporino?
Fissuras lábio palatinas, como também se chamam, são anomalias de face desenvolvidas antes mesmo do nascimento. Por isso, é importante entender o que ocorre nesse processo e porque essa deformidade acontece.
O lábio e o céu da boca são formados por estruturas que, na gestação estão separadas, mas se unem conforme o desenvolvimento do bebê. Este é o processo comum que ocasiona a formação normal da face.
Quando a criança nasce com lábio leporino, essa união não acontece e as estruturas permanecem separadas. O que origina as fissuras no lábio e/ou no palato.
É uma malformação com muitas variáveis, já existem casos com mais de uma fissura e com diferentes localizações.
O que causa o lábio leporino?
As causas podem ser diversas. É uma deformidade genética? Na realidade, acredita-se que essas fissuras aconteçam sim devido à predisposição genética, mas só acometem um bebê quando associada a fatores ambientais durante a gravidez.
Existem duas classificações para as causas: causa genética e ambiental. Sendo que o lábio leporino pode ser causado por uma delas ou as duas em conjunto.
- Causa genética: quando dizemos que a deformidade é por motivos relacionados aos genes, queremos que entenda que é uma predisposição genética em conjunto de fatores ambientais.
Essa união podem formar e acelerar o surgimento destas deformidades;
- Fatores ambientais: essa categoria se dá por diversas situações, como características nutricionais do bebê e da gestante, consumo de substâncias químicas, como drogas, fumo e álcool durante a gravidez.
Falta de vitaminas da mãe e da criança, alterações hormonais, radiações ou contato com doenças infecciosas no primeiro trimestre de gestação.
Ficou claro a questão genética?
Tem tratamento?
Como dissemos, existem tratamentos que reabilitam o paciente. A partir do diagnóstico dessa anomalia, que pode ser feito a partir da 22ª semana de gravidez por meio de um exame de ultrassom morfológico, o médico deverá encaminhar para um centro de referência para o tratamento da fissura lábio-palatina. Não são todos os médicos que sabem sobre fissuras.
Se diagnosticarem o lábio palatino nos exames de pré-natal, a gestante será encaminhada para uma equipe especializada e multidisciplinar. Dessa forma, a mãe terá todas as informações sobre o tratamento neonatal e a reabilitação funcional do bebê após o nascimento.
Como é feito? De fato, o tratamento é longo e multidisciplinar, podendo durar até os 25 anos, se tratado em todas as fases corretas e manter acompanhamento regular com a equipe multidisciplinar.. O primeiro passo é a cirurgia plástica do lábio que pode ser feita aos três meses de vida e se o paciente já tiver 10 Kg. Se o paciente atingir 10 KG antes de 1 ano de vida, não realizamos a cirurgia antes dos 12 meses.
Se o bebê também tiver fissuras no céu da boca, será necessário outra cirurgia, que pode ser realizada a partir dos 12 meses de vida ou quando o paciente já estiver com pelo menos 10 quilos de peso.
O tratamento multidisciplinar para reabilitar a fala e outros fatores é fundamental e se estenderá até o desenvolvimento completo do paciente, ou seja, por volta dos 20 anos de idade.
Como a cirurgia é feita
Ao longo do tratamento serão necessárias algumas cirurgias. A cirurgia corrigirá a fissura palatina, reconstituir o lábio superior e reposicionar o nariz, porém não afetará a integridade da estrutura óssea, nem a funcionalidade da musculatura da boca e face.
É um procedimento importante porque essas fissuras afetam o aspecto funcional e emocional do paciente. Já que existe a deformação do semblante e a criança tem dificuldades para sucção, deglutição, mastigação, respiração, fonação e audição da criança.
Então a cirurgia reabilita a face, a voz anasalada e deficiências na respiração do bebê. O tratamento multidisciplinar ajuda o paciente a diminuir ou até mesmo eliminar as dificuldades citadas acima.
O pós-cirúrgico depende de cada caso, mas em geral, é recomendado não deixar o bebê cair, não usar chupeta, evitar mamadeira e alimentá-lo com dieta líquida e pastosa por um mês.